Obra salvifica, radicada no sacrifício da cruz

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Esta obra, sem duvida foi confiada aos homens, aos apóstolos e a Igreja. No entanto nestes homens e por meio deles, o Espírito Santo permanece o sujeito protagonista transcendente da realização dessa obra, no espírito do homem e na sua história do mundo. Verdadeiramente, o Espírito Santo é o protagonista de toda a missão: sua obra brilha esplendorosamente na missão, como se vê na Igreja primitiva pela conversão de Cornélio (At 10), pelas decisões acerca dos problemas surgidos e pela escolha dos territórios e povos. O Espírito Santo age por meio dos apóstolos, mas, ao mesmo tempo, opera nos ouvintes: por sua ação a Boa-Nova ganha corpo nas consciências e nos corações humanos, expandindo-se na História. Em tudo isso, é o Espírito Santo que dá a vida. “até aos confins da terra” (At 1,8). O encontro de Cristo Ressuscitado com os apóstolos, concluem com o mandato missionário: “Foi me dado todo o poder no céu e na Terra. Ide, pois, ensinai todas as nações… Eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,18-20). A missão é envio no Espírito, como se vê claramente no texto de São João: Cristo envia os seus ao mundo, como o Pai o enviou; e, para isso, condede-lhes o Espírito. O “mandato missionário” contém pontos em comum, mas também acentuações próprias de cada evangelista; dois elementos, de fato, encontram-se em todas as versões. Antes de mais nada, a dimensão universal da tarefa confiada aos apóstolos: “ todas as nações” (Mc 28,19); “pelo mundo inteiro, a toda a criatura”(Mc 16,15); “todos os povos” (Lc 24, 47); “ até aos confins do mundo” ( At 1,8). A garantia, dada pelo Senhor, de que, nesta tarefa, não ficarão sozinhos, mas receberão a força e os meios para desenvolver a sua missão; estes são a presença e a potência do Espírito e a assistência de Jesus: “eles, partindo,foram pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles” (Mc 16,20). As diferenças de acentuação no mandato, Marcos apresenta a missão como proclamação ou Kerigma: “Anunciai o Evangelho” (Mc 16,15). O seu Evangelho tem como objetivo levar o leitor a repelir a confissão de Pedro: “Tu és Cristo” (Mc 8,29) e a dizer com o centurião romano diante de Jesus morto na cruz: “verdadeiramente este homem era o Filho era o Filho de Deus” (Mc 15 39).  João é o único que fala explicitamente do “mandato”-palavra equivalente a “missão”- e une diretamente a missão confiada por Jesus aos seus discípulos, com aquela que ele mesmo recebeu: “assim como o Pai me enviou, também eu vos envio” (Jo 20,21). “assim como Tu me enviastes ao mundo, também eu os envio ao mundo” (Jo 17,18). Todo o sentido missionário do Evangelho de São João se pode encontrar na “Oração Sacerdotal”: a vida eterna é “ que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviastes” (9 Jo 17,3).

 

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